segunda-feira, 31 de março de 2008

31 de Março de 1968…


Há 40 anos atrás, precisamente em 31 de Março de 1968, o Grupo Desportivo Casa do Povo Nogueira do Cravo, jogava a final do campeonato da F.N.A.T. no Estádio Universitário de Coimbra. Para a época foi um feito da equipa Nogueirense, pois foi o vencedor da parte norte do distrito e discutia com Bobadela, Coja, Arganil a supremacia em futebol na região. Nessa altura a única equipa que disputava os campeonatos distritais era o F.C.O.Hospital. Por isso hoje aqui recordamos o maior feito deste grupo, sendo Vice-Campeão distrital da F.N.A.T., por via de ter perdido o jogo por 2-1. Mesmo assim tivemos garantido a presença no Nacional da F.N.A.T.

sábado, 22 de março de 2008

"Reflexos de Cristo"

O "Olhar Nogueira do Cravo", convida à visualização da gravação da actuação do grupo de jovens "Reflexos de Cristo" de Nogueira do Cravo, no XII Festival Diocesano da Canção Religiosa de Coimbra que ocorreu no dia 1 de Março na Lousã.

http://www.youtube.com/watch?v=seEi2eI6MNU

As maiores felicitações pela participação e pela conquista do prémio SER.

quinta-feira, 20 de março de 2008

António Carlos Lepierre Tinoco - Grande Figura Nogueirense

É difícil falar de António Tinoco sem uma referência a outra figura notável, a de seu irmão, o poeta Carlos Tinoco, falecido aos vinte e seis anos, um mês depois de terminar o curso de Engenharia e sobre o qual Vitorino Nemésio escreveu palavras inesquecíveis. Constituíam os dois irmãos faces diferentes da mesma atitude revolucionária.
António, o mais velho, era um meditativo-activo, com uma espantosa capacidade de compreensão do fenómeno social e politico e com invulgar poder de intervenção; homem que a P.I.D.E. classificava de agitador perigosíssimo. Carlos pelo contrário, era um poeta e o filósofo, cuja lucidez compreensiva igualava a tensão interior que o levou a escrever páginas admiráveis, reunidas em parte por dois amigos – um deles António Pedro, outro Barradas de Oliveira – num volume, hoje raríssimo que é uma autêntica mensagem: a “ Correspondência frustrada”.
Provinham eles pela linha paterna da velha nobreza rural da Beira em que sobressaiam orgulhos dos Abreus, Madeiras, Lobos, Gamas, Mascarenhas, Figueiredos, Cardosos, Melos, Tovares e Albuquerques, dentro dos quais vários capitães e magistrados, que bem marcaram nos seus lugares de proeminência. Pela linha materna eram netos do cientista Charles Lepierre, francês de rija têmpera e alto valor intelectual, que se fixara em Portugal e deste fez a sua segunda pátria.
Não consta que dos ante brasonados, que viviam conforme as exigências do tempo à lei da nobreza, ficasse memória de exibições dinheirosas ou chatinagem soberba de gente mal nascida. O que ficou, ao invés, nas memórias que se conservam, foi a imagem de quem prezava e cumpria as boas virtudes antigas.
Depois de fazer o curso dos liceus em La Guardiã, depois de Coimbra, António Tinoco transferiu-se para Lisboa para casa dos Avós, a fim de frequentar a faculdade de Direito. Se em Coimbra a sua formação fora a do integralismo, em Lisboa as perspectivas politicas levaram-no a preocupar-se principalmente dos problemas económico-sociais. Daí que a criação do movimento nacional-sindicalista a sua linha de acção fosse predominantemente a social. No diário “Revolução”, órgão daquela organização, dirigiu a página do Operário, que não tardou a ganhar maior independência no suplemento “A Revolução Nacional dos Trabalhadores”.
Ali se definiram logo por complemento as linhas mestras do seu pensamento, que haveria de expor em três planos: o nacional, o social e o imperial.
O nacional, digamos, era a raiz histórica, a matéria, a massa inicial e fundamental; o social, a forma que a primeira exigia para a realização plena de uma sociedade impregnada de força actuante em sentido de eficiência e de justiça; finalmente, o imperial era a forma superior de um destino em que se integravam as forças determinantes da evolução da grei, vocacionada para uma actividade civilizadora. A estas linhas se manteve fiel através da sua actividade ideológica.
No seu último livro, “Portugalidade”, Domingos Mascarenhas anota que se revelaram no Nacional-Sindicalismo três correntes, ou talvez melhor, homens de três tendências: a que poderemos chamar ortodoxa, representada por Rolão Preto; a de inspiração socialista (António Tinoco) e a de carácter corporativista, encarnada por Castro Fernandes e Manuel Múrias entre outros. Foi este o grupo que provocou a cisão, alinhando com Salazar. Proibidos os caminhos azuis, Rolão Preto desde essa altura resvalou gradualmente para a oposição democrática.
Fragmentado efectivamente o movimento em três correntes, o salazarismo integrou-se na politica oficial do regime e foi a alma da organização corporativa.
A facção simplesmente anti-salazarista, chefiada por Rolão Preto e restrita a uns quantos cegamente oposicionistas, aproveitou-se de todas as oportunidades para uma actividade puramente destrutiva e teve a sua expressão mais evidente na agitação da candidatura presidencial de Humberto Delgado, informado por essa corrente. A terceira de António Tinoco, levou-o até ao partido socialista, presidido por Ramada Curto de quem era amigo. Foi ele que certamente para lá arrastou António Sérgio e o Dr. António de Sousa Gomes, antigo director do “Diário da Manhã” e, como Tinoco, inclinado para o socialismo de face humana que era o Henry de Mau. Para o mesmo partido impeliu também José de Sousa, que fora um dos dirigentes supremos do Partido Comunista e a quem conhecera em Lisboa, na prisão do Aljube, antes da deportação para o Tarrafal.
Dentro dessa evolução, foi inexcedível a actividade conspiratória de Tinoco. Poucos restam já dos companheiros dessa luta em que sobressaíam nomes como os de Paiva Couceiro, Norton de Matos, Tenente – Coronel Ribeiro de Carvalho, António Sérgio, Capitão Carlos de Vin Vilhena, etc.…
Para as necessidades de tal actuação, como simples exigências da sua natureza, não dispunha Tinoco dos largos rendimentos dos antepassados beirões. Por isso, o que os rendimentos não davam já para sustento da família riquíssima de outrora havia alienado, dia após dia, as vastas propriedades em Santa Comba de Seia, Oliveira do Conde, Vila Nova de Tazém e Bobadela, para ficar restrita à casa de Nogueira do Cravo. E o moço estudante ou residente em Lisboa ao invés da bolsa recheada ou dos livros de cheques, teve sempre necessidade de trabalho remunerado, como redactor do “Diário de Notícias”, como secretário geral da Caixa de Previdência do Pessoal da Indústria de Lanifícios, como director do “Diário Popular”, como director de uma empresa gráfica, como administrador de uma empresa moçambicana…
No “Diário Popular”, para a fundação do qual ele conseguira a associação de uma dúzia de industrias de lanifícios, que subscreveram uma cuja carteira de 300 contos de acções, não teve um centavo de capital seu; e, quando um dos accionistas quis presenteá-lo com um lote de acções, correspondente à garantia do seu lugar como administrador, desinteressadamente – recusou-o.
O jornalismo atrai-o tanto como modo de vida como apoio ao seu destino político. Foi redactor da “Revolução” e do “Diário de Noticias”, chefe de redacção do semanário “Fradique” e culminou esse passo da sua vida como fundador e director do “Diário Popular”, cuja concepção e estrutura se devem exclusivamente à sua extraordinária intuição e capacidade de realizar.
Por fim, a guerra do Ultramar teve-o, como aliás a Ramada Curto, na linha exacta da tradição portuguesa. Os perigos que a Nação enfrentava impunham a unidade dos portugueses, conforme aliás o pensamento de Couceiro e Norton.
A conspiração era de cessar.
Entretanto a igreja voltava a atraí-lo e nesse reencontro achou a doença quando esta avançou minaz e atormentadora.
E foi assim na mão do Senhor, que repousou serenamente o mais irrequieto e porventura o mais perigoso dos homens políticos da velha Cepa Beiroa.
Outras facetas da sua vida ficaram por ser tocados nesta biografia resumo e que bem deviam ser lembradas. Ficarão para outra oportunidade, se Deus quiser.

Publicado em “O Catre” em 1986.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Gaivota Deixa Comando Técnico da AD Nogueirense

Fernando Gaivota deixou ontem de ser o treinador do Nogueirense. Depois da derrota em Tábua no domingo passado, pôs no fim do jogo o lugar à disposição, o que viria a ser aceite pela direcção presidida por Carlos Pires. Para ocupar o seu lugar a direcção procurou resolver os problemas internamente e o jogador brasileiro Oliveira será agora jogador-treinador ficando o preparador físico João Pires.
Este fim-de-semana não haverá jogos devido à quadra pascal e no fim-de-semana seguinte o primeiro teste da nova equipa técnica o Nogueirense recebe a difícil equipa do Carapinheirense.

terça-feira, 11 de março de 2008

Futsal Liga de Melhoramentos

Venha apoiar a NOSSA equipa.
Contamos consigo.

Professor Albano Rodrigues da Silva


Passa hoje o nonagésimo aniversário do grande professor, que foi Albano Rodrigues da Silva.
Nesta data marcante da sua vida, quero aqui lembrar aquele meu professor competente, rigoroso e amigo que a partir da época lectiva de 1948/49, foi em Nogueira do Cravo, o baluarte do ensino primário na escola masculina, a quem muitos Nogueirenses devem o pilar da sua formação base.


Tamarres

domingo, 2 de março de 2008

Fernando Pires...e os Versos de um Poeta Popular

Antigo colaborador de “A Comarca de Arganil”, a quem deu uma entrevista de primeira página em 19.1.1980, carteiro de profissão, tinha o gosto de escrever e documentar-se sobre a “sua Nogueira do Cravo”.
Em tempos, já um pouco distantes, ofereceu-me, entre outros, uns versos dedicados a “Nogueira do Cravo”, que mostra o grande afecto que tinha à sua terra natal.
Já partiu. Ao partilhar esta faceta, dando dela conhecimento aos Nogueirenses, parece-me justo aqui recordá-lo e assim o homenagear a título póstumo.
Nasceu em Fundo de Vila, casou, viveu e faleceu em Galizes.


“A Nogueira do Cravo”

Ó Terra querida,
Meu berço natal,
Jamais esquecida,
Por o teu Natural.

És ditosa, feliz,
Minha adorada Nogueira,
A quem o Destino quis,
Conceder por Padroeira.

A Santa mais milagrosa,
De todo o povo cristão,
Essa sagrada e formosa,
Senhora da Expectação.

A Sé da Beira,
Tua linda igreja,
Venha quem queira,
Entre e a veja.

Os teus relevos,
Bonitos mirantes,
São os enlevos,
Dos teus visitantes.

Nas fontes, das Almas,
Ao lado o Sandão,
Nas noites calmas,
Um bom serão.

Molhada, Casal,
E o teu S. Martinho,
Tapado e Passal,
Secular Pelourinho.

O Povo Fundeiro,
Gagim mais além,
Sentado ao Cruzeiro,
Me sinto bem.

Terra adorada,
Meu doce encanto,
Sempre lembrada,
Amo-te tanto!

És muito bela,
Muito Formosa,
És linda aguarela,
Minha Terra Ditosa.

Galizes
Autor dos versos: Fernando Pires

Por:Tamarres