quinta-feira, 31 de julho de 2008

Pelourinho de Nogueira do Cravo

Nogueira do Cravo é uma localidade de origem muito remota, referenciada documentalmente a partir de 1258, nas Inquirições de D. Afonso III. Foi reguengo régio, doado por D. Sancho I a Mendo Pelágio, aio do futuro D. Afonso II, e então coutada, denominando-se justamente Couto de Nogueira. Pertenceu de seguida aos Bispos de Coimbra, tendo primeiro foral doado pelo Bispado, em 1177. Este foral foi renovado apenas por D. Manuel, em 1514, datando o pelourinho da localidade desta doação. O concelho foi extinto em 1836, passando a ser freguesia de Oliveira do Hospital.

O pelourinho, obra claramente manuelina, não se ergue no local original, tendo sido em data incerta deslocado para a presente implantação. Ergue-se sobre um soco de dois degraus quadrangulares de feição rústica, encimados por uma peça cilíndrica larga e baixa, semelhante a uma mó de moinho, que serve de apoio à coluna. Esta assenta em base poligonal, com estreitamento superior, seguida de gola poligonal de faces lisas, entre duas molduras boleadas. O fuste tem sensivelmente o mesmo diâmetro deste troço inferior, erguendo-se a boa altura, em coluna oitavada de faces lisas. O capitel é constituído por um anel circular liso, encimado por toro saliente, de onde irrompe um cesto oitavado com faces côncavas, em dois registos, sendo cada face do registo inferior decorada com uma roseta. O capitel é rematado por uma tabuleiro ou mesa circular, de aresta boleada, sem grimpa.


IMÓVEL DE INTERESSE PÚBLICODecreto 23 122, DG 231 de 11 de Outubro de 1933.



Pintura de F.Perfeito de Magalhães em 1936

3 Olhares:

Anónimo disse...

Alguém sabe precisar qual foi o local da implantação inicial do pelourinho?Abraço

Unknown disse...

A anterior localização era um pouco mais acima, no meio de tileiras (4?), e foi deslocalizado para permitir o alargamento da actual rua. Quem à data procedeu à sua desmontagem foi o falecido Ti António Nina. Havia lá moedas por baixo da coluna. O terreno foi rebaixado, pois estava ao nível do da escola (esta entrou em funcionamento em 1949)e era limitado, do lado da estrada, pelo muro que continuava até ao tal caminho supracitado.
A pintura dá ideia do local, observando-se o caminho então existente ao longo do muro.
Era neste espaço que se realizava a feira anual de S. Tiago, após ter sido transferida do Gagim, pelo meu familiar e presidente da Junta Joaquim de Almeida Brito.
Tambem neste espaço se realizavam sessões de cinema ao ar livre (movida por manivela)ou cenas de palhaços.
Voltando ao pelourinho, chamo a atenção para dois furos que existem na coluna, lado nascente/inicial, à altura de cerca de 1,20 e que sirviriam para prender os condenados, já que os muros da cadeia estariam no local onde está a escola.
Como este tipo de equipamento era costume estar perto dos Paços do Concelho, pode-se especular se estes estariam na Torre?.

Anónimo disse...

Em Oliveira do Hospital tanta preocupação (e bem) com a recuperação do parque central da cidade e em Nogueira do Cravo aquele espaço do largo do Pelourinho tão desprezado! Senhor Mário Alves às vezes nem é preciso assim tanto dinheiro para dar mais dignidade aquele espaço! Pense nisso...