terça-feira, 15 de setembro de 2009

Carlos Lepierre Tinoco

Do livro “Correspondência frustrada”

A única obra de Carlos Tinoco (Carlos Lepierre Tinoco (1915-1941), ‘Correspondência Frustrada’, miscelânea póstuma, que reúne excertos de cartas, páginas de Diário, apontamentos e poesias, foi redescoberto, na segunda metade dos anos 50, por uma jovem tertúlia que se reunia na ‘Pastelaria Paraíso’, Avenida Alexandre Herculano, Lisboa, e que promoveu o autor a ‘indispensável’. Alguns deles tornaram-se, mais tarde, escritores conhecidos: Graça Pina de Morais, Bernardo Santareno...
Ainda, hoje, se respeita e folheia, merecendo por muitos admiração quanto à sinceridade, força e singularidade do nosso conterrâneo Carlos Tinoco.
Deixamos, dele, um breve trecho de carta.


‘Meu Amigo Velho, meu velho amigo,
........O vício de que há palavras a dizerem tudo, de que há enunciados a esclarecerem tudo, de que as definições estão feitas. Mas as pessoas da minha idade têm uma extraordinária virtude: não se habituaram ainda a Palavras e exigem a sua definição, entre outros motivos, porque as ouvem há muitíssimo menos tempo do que as pessoas da sua idade... E todos sabem, uns sem dar por isso, outros sem saber porquê, que as Palavras, mesmo as Palavras, são muitíssimo maiores, muitíssimo diferentes, mas mesmo muitíssimo maiores e diferentes do que parecem à primeira vista.’

1 Olhares:

Anónimo disse...

Esta familia merecia mais respeito... matou a fome a muitos nogueirenses.