quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Traçados IC6 e IC7

Em continuação do post publicado anteriormente, que dava conta da vinda a Oliveira do Hospital do Secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas, Paulo Campos, que apresentou o "Estudo de Avaliação Estratégica da Rede Rodoviária da Região Centro", abaixo transcrevo uma notícia adiantada pelo Jornal Correio da Beira Serra online, de importância para o Concelho onde Nogueira do Cravo se insere:

IC 6: NDEIB apresenta traçado alternativo ao Governo
No âmbito da participação pública, o Núcleo de Desenvolvimento Empresarial do Interior e Beiras (NDEIB) vai apresentar esta semana ao Governo uma alternativa de traçado para a passagem do IC 6 no concelho de Oliveira do Hospital fora da Rede Natura 2000.
Numa altura em que estão cumpridos todos os formalismos legais e se espera que o lançamento do concurso público internacional do troço do Itinerário Complementar 6 (IC) entre Catraia dos Poços e o nó de Tábua – junto à subestação da EDP – seja lançado a breve trecho, a grande questão que se coloca agora ao município de Oliveira do Hospital prende-se, sobretudo, com a solução que o Governo vier a adoptar – depois da fase de discussão pública – para o corredor do IC 6 entre o nó de Tábua e Covilhã e, ainda, com o troço de ligação daquele itinerário complementar ao IC 7, que por sua vez entroncará no antigo IP5, recentemente transformado na A25.

Na recente visita a Oliveira do Hospital, o Secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas, Paulo Campos, apresentou o "Estudo de Avaliação Estratégica da Rede Rodoviária da Região Centro e apelou ao presidente da Câmara Municipal para participar na discussão pública daquele estudo porque, como nunca se pode agradar simultaneamente a gregos e a troianos, as três soluções apresentadas comportam melhores e piores benefícios para os municípios abrangidos na definição da nova rede rodoviária. O Correio da Beira Serra sabe que a solução que os autarcas de Viseu, Nelas, Guarda, Gouveia e Covilhã defendem, por exemplo, é a que menos convém a Oliveira do Hospital, conforme facilmente se percebe.

NDEIB propõe ao Governo novo traçado Ciente do problema, o presidente do Núcleo Empresarial do Interior e Beiras (NDEIB), Fernando Tavares Pereira, afirmou ao Correio da Beira Serra que a recém criada estrutura empresarial, sedeada em Oliveira do Hospital, vai participar na discussão pública através da apresentação de uma proposta ao Governo e às entidades com responsabilidades no processo no sentido de defender que o IC 6, após o nó de Tábua, atravesse o concelho de Oliveira do Hospital a Norte e não a Sul, contrariamente à proposta do Governo e da própria Câmara Municipal de Oliveira do Hospital.
Recorrendo aos serviços de um ex-funcionário da antiga Junta Autónoma das Estradas, o NDEIB não perdeu tempo e já está na posse de um novo estudo que vai ser enviado ainda esta semana ao Governo e às entidades envolvidas no processo. Segundo explicou Tavares Pereira a este jornal, o estudo do NDEIB – em termos do atravessamento do IC6 no município de Oliveira do Hospital após o nó de Tábua – coloca aquele itinerário complementar a circular num corredor definido na seguinte direcção: Tábua, Vila Nova de Oliveirinha, Bobadela, Travanca de Lagos, Vendas de Gavinhos, Lageosa, Lagos da Beira, Meruge. Na inflexão para o concelho de Seia, o troço tem início nas proximidades de Torroselo e, a partir daí, ruma em direcção a Sandomil, Vide, Pedras Lavradas e Covilhã.

IC 6 com corredor a contornar a Rede Natura Este estudo – feito em tempo "record"– tem duas particularidades importantes: Em primeiro lugar, conforme sublinhou ao CBS o presidente do NDEIB, "assim, temos o IC 6 a atravessar quase todo o concelho de Oliveira do Hospital". E, em segundo, o corredor estudado por aquele núcleo empresarial está completamente fora da Rede Natura 2000 (RN) , o que não acontece com a solução proposta pelo Governo no mapa 3, uma vez que o IC 6 passa por várias zonas classificadas na RN.
Uma fonte não identificada mas que é conhecedora de todo este processo sustenta que se o Governo levasse por diante a proposta de colocar o IC 6 a atravessar a RN, o projecto poderia "encalhar" na sempre complicada burocracia das "questões ambientais". A mesma fonte adianta ainda que como este tipo de obras "tem normalmente financiamento comunitário", não seria fácil conquistar o apoio financeiro de Bruxelas para um projecto que mexe com um instrumento de concretização da política europeia e nacional de conservação da diversidade biológica.

A importância estratégica do IC 37 Já em termos de IC 7, o NDEIB concorda com o estudo do Governo representado no mapa 1, defendendo por isso que aquele itinerário dê continuidade ao IC 6 na ligação à A25 com a intercepção a fazer-se entre Fornos de Algodres e Celorico da Beira e atravessando os concelhos de Seia e Gouveia.
Mas não menos importante para Oliveira do Hospital é o facto de nesta solução representada no mapa 1 estar contemplado que o corredor do IC 37 seja construído a partir de Viseu (na A25) em direcção ao IC6, sendo que a zona de intercepção está prevista entre Oliveira do Hospital e Seia, mais propriamente em Torroselo.
Sublinhe-se que em nenhuma das outras duas propostas, isso acontece, porque nessas soluções o IC 37 intercepta-se sempre com o IC 6, mas entre os concelhos de Seia e Gouveia. Ora, conforme defende o NDEIB, esta solução tem um alto valor estratégico porque pode vir a transformar Oliveira do Hospital numa importante porta de entrada da Serra da Estrela, por via do trânsito oriundo do norte do país pela A 25 e que ficaria com o destino à serra facilitado através da utilização do IC 37. Em suma, o IC 37 circularia por Viseu, Nelas, Santa Eulália e Torroselo.
Autarcas com pretensões diferentes Mas como não há bela sem senão, esta proposta é a que menos parece agradar, por exemplo, aos autarcas de Gouveia, Guarda e Covilhã, que segundo o CBS sabe estão já a opor-se à solução que poderia colocar Oliveira do Hospital numa posição altamente estratégica ao nível da nova Rede Rodoviária da Região Centro.

2 Olhares:

Unknown disse...

IC 6
Custa a entender que o traçado a partir do nó de Tábua para a Covilhã, tenha de fazer um desvio maior, pelo norte do concelho em vez de seguir pelo sul de Vendas de Galizes, como parece pelo mapa, só para satisfazer os interesses de outros concelhos por causa do IC 37 ? De onde são os interessados concelhios a propor alteração do traçados inicial ?
IC 7
Parece que, a avaliar também pelo mapa 3, o traçado será o que mais convirá à freguesia de Nogueira, em especial o Senhor das Almas (?), já que também, com o IC 6, beneficiaria não só Vendas de Galizes como também uma zona bem mais desprotegida como é junto ao actual traçado para a Covilhã e que também pertence em grande parte ao concelho de OH.
Gostaria que a nível da freguesia e de outras que ficarão afectadas dessem a sua opinião neste blogue.
T

Unknown disse...

Ver notícia de hoje no CBS:
" IC 6 sai da marcha lenta"