Relógio Velho da Torre da Igreja: Que é feito dele?

Recordando-o, lembro-me de que em tempo, já um pouco longínquo, era a única referência que fazia entrar pelas nossas casas a noção do tempo e como ele marcava as horas de trabalho da nossa comunidade. Para muitas gerações foi ele o único anunciador das horas e quartos, quando ainda se perguntava se as horas badaladas eram “velhas” ou “novas”. Ainda alguém se lembra quando se perguntava, por ex. se era “meio dia velho ou novo”?
Pois bem, as novas tecnologias foram implacáveis para a sua existência, não se procurando que estas poderiam ser compatíveis com o velho relógio e, assim, foi relegado para o recanto de uma arrecadação, quem sabe se à mercê de que alguém se lembre que está a estorvar e é melhor ir parar ao ferro velho.
Faz parte da memória de muitos Nogueirenses e não merece, não pode, ter esse destino.
Já um dia aqui falei que a nossa terra merece ter um museu das artes e ofícios. Esta relíquia pode, muito bem, ser enquadrada nesse ambiente. Enquanto é tempo salve-se aquela peça de relojoaria, pois o povo não aceitaria o seu desaparecimento. Para reflexão hoje mesmo a nossa TV noticiou, também com imagem, um caso idêntico de um velho relógio de torre em Caldas da Rainha que, cansado de trabalhar, teve destino diferente: foi descansar para um museu.


Tamarres