quarta-feira, 22 de abril de 2009

Roteiro Lírico de Nogueira do Cravo

Por Fernando Pires

Os caminhos de Nogueira
Ladeados de verdura
Passeados por gente ordeira
P´ra deles falar ternura

Nas suas ruas, beleza
Que de vê-las não se afastem
Calcetou-as a natureza
Não há passos que as desgastem

A igreja com sua graça
Formosura ao Adro empresta
Ali a Senhora do Rosário mora e passa
Nos dias da sua festa.

O cruzeiro de seu nome
Diz o que foi nalgum dia
Com ele nos lábios assome
O Pai-nosso e a Ave-maria.

O seu largo me apraza
Não me esquecendo jamais
Ao lado a modesta casa
Que foi dos meus bons pais.

Casa dos Mouros pudera
Definir a sua origem
Tem beleza, folhas de hera
Sanefas beleza virgem.

Outeiro da Gorma penso
Na sua fácil ascensão,
Vê-se dali jardim imenso
As varandas com balcão.

Laje do Pagado ao trono
Com o campo tem sua graça
As Alminhas ao abandono
Com desprezo de quem passa.

Rua da Almotolia encaixo
Que imita uma guitarra
Com o seu fundo rebaixo
Tem uma forma bizarra.

O largo de Santo António
É uma bonita aguarela
Com o Santo do matrimónio
Presente na sua capela.

Rua do Saco eu gosto
Mas melhor trato merecia
Ali nasceu Bernardino. Aposto
Que tem maior poesia.

Gagim e velho Rossio
Caminhos com centos de anos
Calçados de lajes sem brio
Já do tempo dos Romanos.

Prado do Bispo nos cimos
As fontes das Almas, Sandão
Vestidas de verdes limos
As poças p´ra regarem no Verão.

O largo do Pelourinho
As escolas a seu lado
Casa do Povo esse miminho
Em lugar privilegiado.

Onde a vista se recreia
Em esmero e desagravo
Que exista, ninguém creia
Mais bonita outra aldeia
Como NOGUEIRA DO CRAVO.