sábado, 23 de maio de 2009

Bernardino Freire de Figueiredo Abreu e Castro

Fundador da cidade de Mossâmedes (actual Namibe)


23 de Maio de 1849 - Recife


Faz hoje cento e sessenta anos que partiu do Recife (Lamarão) com destino à Angra do Negro (Mossâmedes) em Angola, a colónia chefiada pelo nosso ilustre conterrâneo.
A viagem durou setenta e quatro dias, tendo sido transportada na barca à vela Tentativa Feliz, escoltada pelo brigue Douro.
No ano em que vamos comemorar o bicentenário do nascimento de Bernardino, não podíamos deixar de evocar este acontecimento.
Não obstante de ainda irem ocorrer reuniões, tendo em vista a elaboração de um programa a decorrer no segundo semestre, podemos adiantar que o escultor já está a trabalhar na obra/busto.


Tamarres

5 Olhares:

Anónimo disse...

Onde vai ser colocado o busto?

Anónimo disse...

A 23 de Maio de 1849, finalmente a concretização do projecto. Partia de Pernambuco, a barca "Tentativa Feliz" e o brigue da marinha portuguesa "Douro" com 166 portugueses a bordo, rumo ao estabelecimento de Moçâmedes, na Província de Angola, então província do reino de Portugal. Após 73 dias de viagem chegam ao destino. Entram na baía de Moçâmedes e avistam um vasto areal servido por um rio seco, o rio Bero, que mais tarde Bernardino chamou de Nilo de Moçâmedes, porque na época das chuvas a água das enxurradas invade toda a terra, trazendo os fertilizantes naturais para novas sementeiras, num microclima temperado. Era ali que os novos colonos iam reconstruir as suas vidas em tranquilidade, em paz e em território pátrio. Era o dia 4 DE AGOSTO DE 1849, que ficou na História como o dia da FUNDAÇÃO DE MOÇÂMEDES.

Anónimo disse...

Bernardino faz assim a descrição dessa viagem aventurosa:
«...Foram os brasileiros quem fez lembrar aos portugueses que escusavam de melhorar terras alheias, quando tinham ainda muitas suas onde podiam procurar fortuna sem sofrerem insultos. E não pareça que é exagero, não, que lá está o dia 23 de Maio deste ano - dia em que o brigue de guerra «Douro», comboiando a barca «Tentativa Feliz» que a seus bordos conduziram 180 colonos, saiu do porto do Recife, à vista de numerosíssimo povo, para falar tão alto, atento o número de testemunhas, que bem se pode aplicar a este respeito o que sobre outrora disse o nosso sempre admirável Camões:
«Estão pelos telhados e janelas
Velhos e moços, donas e donzelas...»

Levando consigo máquinas, instrumentos rurais e seus haveres, e até para nada lhes faltar, víveres para os primeiros tempos, era de pasmar ver aquela gente sair de uma bela cidade, divisando-se no rosto de todos a maior alegria, mesmo sabendo que trocavam uma habitação cómoda e divertida, para irem desembarcar num areal, onde o seu primeiro cuidado seria o de edificar uma cabana para se abrigarem das injúrias do tempo. A todos se ouvia dizer, ao desaparecimento da terra, o que Castilho disse nos seus «Ciúmes de bordo»:
«Sumam-se à vista
Os últimos oiteiros
Dessa terra falaz...»

Anónimo disse...

Ao que parece e já se tem falado será na zona da igreja/casa do povo

Anónimo disse...

Talvez em frente ao edificio da junta de freguesia.